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Em artigo no New York Times, Lula critica tarifas de Trump e fala em “defesa da democracia”

Em artigo no New York Times, Lula critica tarifas de Trump e fala em “defesa da democracia”

Por Redação

15/09/2025 às 09:00

Imagem de Em artigo no New York Times, Lula critica tarifas de Trump e fala em “defesa da democracia”

Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, publicou neste domingo (14) um artigo de opinião no jornal americano The New York Times em que critica a política comercial do governo do presidente Donald Trump e acusa Washington de agir com motivações políticas contra o país.

No texto, o petista reagiu à decisão da Casa Branca de aplicar a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. Segundo Lula, a medida não tem base econômica, já que, de acordo com seus cálculos, 75% das exportações americanas ao Brasil entram livres de impostos e a tarifa média efetiva sobre produtos dos EUA é de apenas 2,7%. Ele acrescentou que oito dos dez principais itens comercializados, como petróleo e aeronaves, não pagam tarifa alguma.

“O aumento tarifário imposto ao Brasil neste verão não é apenas equivocado, mas ilógico. Os Estados Unidos não têm déficit comercial com nosso país, nem estão sujeitos a tarifas altas”, diz Lula no artigo.

O presidente brasileiro também acusou diretamente o governo Trump de usar instrumentos como as tarifas e a Lei Magnitsky para pressionar o Judiciário brasileiro.

“O governo dos Estados Unidos está usando tarifas e a Lei Magnitsky para buscar impunidade para o ex-presidente Jair Bolsonaro, que orquestrou uma tentativa de golpe em 8 de janeiro de 2023”, diz.

Lula elogiou no artigo a decisão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro a 27 anos de prisão, bem como outros envolvidos, pela suposta tentativa de golpe de Estado. Para Lula, o julgamento de Bolsonaro “não foi uma caça às bruxas”, mas sim resultado de investigações que, segundo diz no texto, revelaram planos para assassiná-lo, além de um decreto que anularia as eleições de 2022.

“Estou orgulhoso do Supremo Tribunal Federal do Brasil por sua decisão histórica nesta quinta-feira [11], que salvaguarda nossas instituições e o Estado democrático de direito. Isso não foi uma “caça às bruxas”. O julgamento foi resultado de um processo conduzido em conformidade com a Constituição de 1988, promulgada após duas décadas de luta contra uma ditadura militar. Ele ocorreu após meses de investigações que revelaram planos para me assassinar, assim como ao vice-presidente e a um ministro do Supremo Tribunal Federal. As autoridades também descobriram um rascunho de decreto que teria, na prática, anulado os resultados das eleições de 2022”, escreveu.

O texto também rebateu acusações do governo Trump de que a Justiça brasileira estaria perseguindo empresas de tecnologia americanas.

“É desonesto chamar regulação de censura, especialmente quando o que está em jogo é a proteção de nossas famílias contra fraude, desinformação e discurso de ódio”, disse Lula.

Outro ponto abordado por Lula em seu texto foi a defesa do sistema de pagamentos PIX, criado pelo Banco Central, que, segundo ele, promove “inclusão financeira”. Lula também afirmou que os Estados Unidos erram ao acusar o Brasil de não proteger o meio ambiente.

“Nos últimos dois anos, reduzimos pela metade a taxa de desmatamento na Amazônia”, disse.

No final do conteúdo, Lula apelou por diálogo com a Casa Branca, mas traçou um limite: “Presidente Trump, continuamos abertos a negociar tudo o que possa trazer benefícios mútuos. Mas a democracia e a soberania do Brasil não estão em negociação”. Ele recordou ainda fala de Trump na Organização das Nações Unidas (ONU) em 2017 sobre respeito entre nações soberanas para sustentar sua posição.

“É assim que vejo a relação entre o Brasil e os Estados Unidos: duas grandes nações capazes de se respeitar e cooperar para o bem de brasileiros e americanos”, escreveu.

 

Informações da Gazeta do Povo

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