17 de Agosto de 2025

Lula blefa, mas Lira tem cartas na manga para pressionar governo

O engenhoso xadrez político dos bastidores de Brasília deu lugar a uma partida de pôquer entre as duas figuras dominantes do jogo do poder. Os jogadores Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), presidente da República, tomaram lugar à mesa antes mesmo do início de seus atuais mandatos e vêm protagonizando rodadas tensas com apostas de altíssimo valor, que mexem com o futuro do país. Não se sabe quem vencerá a disputa, até agora dominada pelos blefes de Lula e pelas cartadas de Lira. Enquanto o chefe do Executivo tenta ganhar tempo, o mediador do Centrão segue dando as cartas – e escondendo outras na manga.

Os próximos lances desse jogo são decisivos e dizem respeito ao desfecho da reforma ministerial vinculada à votação do arcabouço fiscal, do qual por sua vez depende a definição do orçamento federal e dos programas de governo. Após negociações em prazos apertados e que envolveram a liberação de bilhões em emendas parlamentares para aprovar a reforma fiscal na Câmara em julho, Lira deixou estrategicamente a análise da regra de gastos da União para ir a plenário apenas após o recesso parlamentar.

A troca do ministério reservado ao União Brasil, de um nome indicado pela bancada do partido no Senado por outro apoiado pela dos deputados, demorou. Mas acabou saindo em 3 de agosto, com a posse do deputado Celso Sabino (PA) no lugar da deputada Daniela Carneiro (RJ). Restava para garantir a base de sustentação do Planalto no Congresso a inclusão dos partidos Republicanos e PP na Esplanada dos Ministérios. Lula disse, no mês passado, concordar e até escolheu os nomes indicados dos deputados André Fufuca (PP-MA) e de Silvio Costa Filho (Republicanos-PE), mas voltou a postergar, deixando indefinidos os cargos que ocupariam.

Novamente quase chegando ao limite final, Lula acabou por fim cedendo e já teria oferecido nesta quinta-feira (17) o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) para Fufuca e o de Portos e Aeroportos (MPA) para Costa Filho. No pacote ofertado ao Centrão também estariam incluídas a presidência e vice-presidências da Caixa Econômica Federal, hoje sob o comando de Rita Serrano, apoiada pelo PT. O MDS, responsável pela gestão do Bolsa Família, é chefiado pelo petista Wellington Dias. O MPA, por sua vez, tem como titular Márcio França (PSB), que cuida da concessão de aeroportos e da administração de grandes complexos logísticos marítimos. O arranjo teria saído na noite anterior, da reunião secreta de Lula e Lira, na casa do deputado.

 

Informações da Gazeta Brasil / Foto: Marina Ramos / Câmara dos Deputados

Whatsapp

Ultimas notícias

Galeria

Bahia Farm Show apresenta exposição fotográfica sobre as belezas do Oeste da Bahia
Exposição aproximará startups agrícolas de investidores privados
Ver todas as galerias

Artigos