Lobista dos respiradores citou influência na gestão Rui Costa, diz PF
Diálogos de telefone celular obtidos pela Polícia Federal reforçam as suspeitas de que um lobista intermediou um contrato fraudulento para compra de respiradores feito em 2020 pelo consórcio de governadores do Nordeste —então presidido por Rui Costa, ex-governador da Bahia e atual ministro da Casa Civil.
A PF apura indícios de envolvimento de Rui Costa com a compra fraudulenta de respiradores ao custo de R$ 48,7 milhões em 2020, que nunca foram entregues. Ele assinou o contrato com a empresa Hempcare, que nunca tinha atuado nesse ramo. A totalidade do dinheiro até hoje não foi recuperada.
O inquérito tramitava na primeira instância e foi remetido no início deste mês ao STJ (Superior Tribunal de Justiça), por causa da mudança de entendimento sobre foro privilegiado.
O UOL revelou, em abril do ano passado, que a dona da empresa, Cristiana Taddeo, admitiu em delação premiada que pagou comissões milionárias a um lobista que se apresentou como amigo de Rui Costa e da então primeira-dama, Aline Peixoto.
Esse amigo, Cleber Isaac, teria cobrado o pagamento de comissões pelo negócio. Isaac e um outro lobista receberam um total de R$ 11 milhões. A PF apura se essas comissões seriam propina destinada a funcionários públicos.
A PF encontrou trecho de diálogo entre Cristiana e Cleber Isaac que reforça a suspeita de atuação do lobista.
O contexto da conversa era a cobrança de Cleber para que Cristiana fizesse o pagamento de sua comissão pelo negócio. Em mensagens por WhatsApp, Cleber afirmou para ela: "O governo nunca saberia de vcs sem eu indicar". Em seguida, ele disse: "São dez anos de relacionamento".
Para a PF e para a Justiça Federal, os diálogos reforçam os indícios da atuação de Cleber Isaac junto ao governo da Bahia para a celebração do contrato fraudulento.
"As investigações também cuidaram de apontar a suposta influência de Cleber Isaac junto ao governo da Bahia e, consequentemente, na intermediação da compra dos respiradores", diz trecho do inquérito.
Procurado por meio de sua assessoria de imprensa, Rui Costa não respondeu.
Em manifestação anterior ao UOL, a assessoria do ministro afirmou que ele que nunca tratou com nenhum "preposto ou intermediário sobre a questão das compras" de equipamentos de saúde.
O ex-governador também disse que determinou a abertura de uma investigação pela Polícia Civil da Bahia para apurar os fatos durante sua gestão como governador.
Cristiana Taddeo não se pronunciou.
A defesa de Cléber Isaac disse que só vai se manifestar nos autos. Em depoimento à Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, em dezembro de 2021, ele disse manter contato social com Rui Costa e Aline Peixoto, mas negou ter tratado do tema dos respiradores com o casal. Ele afirmou conhecer o ministro desde 2010.
Informações de Aguirre Talento/UOL / Foto: Leonardo Rattes/Saúde GOVBA
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